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Pique-esconde

  • Foto do escritor: Camila Battaglia
    Camila Battaglia
  • 26 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Essa semana eu sentei para escrever, mas sem inspiração nenhuma, decidi fechar os olhos. Eu estava na cama, ouvindo uma playlist aleatória de jazz, respirando devagar e batendo os dedos nas pernas no ritmo da música. Naquele momento, eu percebi os elementos da cena: o ar frio no quarto, a cama macia, os olhos fechados dando espaço para os ouvidos, os dedos tocando não só as pernas como a música, e a vida ali, exposta, pulsando em cada pequena sensação. Foi aí que lembrei de “Oásis”, um texto incrível da Martha Medeiros, onde ela diz que a agitação da nossa rotina faz com que a gente deixe de ver poesia no que é simples, e conclui: “o que nos comove está sempre no subtexto”. Queria repetir só para te fazer ler de novo: “o que nos comove está sempre no subtexto“. Imediatamente lembrei da fala de uma personagem do filme “Beleza Oculta”, que não por acaso é a própria morte, e que diz: “só não deixe de perceber a beleza oculta”. Então como em um pique-esconde, eu a achei. Percebi que ela preenchia tudo e assumia várias formas. A “beleza oculta”, a vida, a inspiração ou o nome que você quiser dar, estava ali e está aqui, está no que você lê, escuta, toca, experimenta e sente consciente do que está sentindo. A felicidade que a gente tanto procura está no esconderijo mais simples, atrás de várias micro sensações que só você sabe a paz que elas trazem. Então tenta parar de contar, abre os olhos e vai brincar de pique também. Procura por essas sensações em todos os lugares ao seu redor, usa as ferramentas do seu corpo para senti-las e se deixe levar. Você está vivo! . (foto e texto: @camilabattaglia )

 
 
 

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