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Ritmo

  • Foto do escritor: Camila Battaglia
    Camila Battaglia
  • 2 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Essa semana eu me peguei reclamando do ritmo da vida. Durante um exercício do curso de escrita, era necessário cuspir um pensamento de maneira rápida, então me veio a seguinte frase: não entendo a necessidade de ritmar a existência – quase com uma raiva por essa mania social de acelerar tudo.

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Porém, no mesmo instante, também escrevi: mas sem ritmo meu coração não bate/ meu corpo não dança/ minha alma não vibra. Contraditório, né?

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Em outro dia, parei para escrever e, no mesmo ritual de sempre, coloquei uma playlist bem calminha de jazz e sentei em frente ao computador. Mas, no mesmo instante, um vizinho começou a praticar piano. A melodia estava muito acelerada e eu conseguia imaginá-lo tocando muito rápido. Só por aqueles segundos de atenção, eu já estava tão agitada quanto o piano.

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Foi quando parei e percebi que a minha playlist ainda tocava ao fundo, com um som de saxofone tão lento quanto o balançar de uma rede. Então decidi ignorar o piano e me concentrar na música que estava dentro do meu quarto.

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Naquela mesma hora eu entendi a mensagem da vida: o ritmo acelerado e o ritmo lento sempre vão coexistir e é você quem vai ter que decidir qual será momento para escutar cada um. Às vezes, você vai receber estímulos para acelerar de uma maneira gostosa, às vezes isso vai te causar ansiedade. Às vezes você vai entrar em um ritmo calmo, mas, às vezes, isso também vai te paralisar.

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Então, percebam que o segredo da sobrevivência não é apenas escutar o compasso externo e entrar na onda, mas entender a velocidade em que você quer ou precisa viver e agir por ela.


(foto e texto: @camilabattaglia )

 
 
 

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